O caso de Mariana Ferrer e a lei criada com o seu nome
- Samantha Costa
- 29 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 13 de set. de 2024
No dia 15 de dezembro de 2018, Mariana Ferrer, que na época tinha 21 anos e era influenciadora digital, foi ao estabelecimento comercial Café de La Musique, na praia de Jurerê Internacional, em Santa Catarina. Ela havia sido convidada para ser divulgadora do local como embaixadora, pois tinha muito seguidores no instagram.
Ferrer chegou ao local às 15h30, acompanhada de amigos. Ela tinha o direito de almoçar de graça e quis estender tal direito ao seu amigo Sidney Macedo, mas não era possível, pois ele era homem e portanto tinha que pagar pelo prato, segundo as regras da casa. Por causa desse contratempo soube-se que Ferrer seria demitida.
No almoço, lembra que ingeriu bem lentamente um gin com energético. Em torno das 19h30 sua amiga Sabrina Camargo a chama para fazer fotos num camarote frequentado por sócios e amigos dos sócios do café. Após isso não se lembra de mais nada, sua memória sumiu.
Às 22h25, as câmeras capturaram Ferrer e um rapaz chamado André Aranha subindo de mãos dadas um camarim do local e permaneceram lá por volta de 6 minutos, após isso ela desce sozinha e dezenove segundos depois, Aranha desce a mesma escada.
Apesar de não ter lembrança, após isso Ferrer procura seus amigos e chega a ir até outro estabelecimento comercial que fica a 800 metros do Café, um local chamado 300 Cosmo Club. Chegando ao local descobre que seus amigos não estão mais lá e resolveram ir até um restaurante chamado Shack. Os amigos a convidam a ir até o restaurante, mas ela não foi porque não tinha dinheiro. Após ficar cerca de 20 minutos no 300, resolve pegar um uber e ir para casa. Em certo momento da corrida ela liga para mãe aos prantos dizendo que não tem amigos de verdade. Ao chegar em casa sua mãe se espanta com seu estado e desconfia que sua filha foi abusada. As duas vão na manhã seguinte fazer um boletim de ocorrência na delegacia.
Pelo laudo realizado, descobriu-se que Ferrer tinha perdido sua virgindade, mas o exame toxicológico não detectou drogas ou álcool em seu sangue. Por causa da falta de provas de sua incapacidade, seu processo por estupro de vulnerável resultou na absolvição do acusado.
Na audiência de seu caso, o advogado do réu tratou-lhe de forma muito humilhante, com a tentativa de caracterizar Ferrer como uma golpista. Mais tarde foi promulgada uma lei com o seu nome, Lei Federal nº 14.245/2021, que protege vítimas de crimes sexuais em julgamentos. Alguns entendem a lei como limitadora da atuação dos advogados criminalistas, mas na verdade é uma conquista para as vítimas desse tipo de delito, que muitas vezes são tratadas como se fossem culpadas pelo crime.
Pouco se sabe como Mariana Ferrer vive hoje, mas algumas fontes dizem que ela entrou em uma faculdade de Direito e pretende ser uma advogada que vai lutar pelos direitos das vítimas de crimes sexuais.
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