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A autora do crime contra Isabele aparece em festa de Barretos e reacende revolta nas redes

Nos últimos dias, um vídeo aparentemente inofensivo postado pelo perfil oficial do Camarote Brahma, durante a tradicional Festa do Peão de Barretos, se transformou em uma grande polêmica nas redes sociais. No registro, uma jovem aparece mostrando seu look da noite — "all black com um pouquinho de brilhinho" — e recebe elogios e notas altas pela escolha. Até aí, nada fora do comum.

O problema? A jovem em questão é Bianca de Oliveira Cestari, condenada por envolvimento na morte da amiga Isabele Guimarães Ramos, em um dos casos mais chocantes do Brasil nos últimos anos.

Em julho de 2020, em um condomínio de luxo em Cuiabá (MT), Isabele foi morta com um tiro no rosto, dentro do banheiro da casa de Bianca, então com 14 anos. A arma disparada pertencia ao pai do namorado da autora, e a versão inicial era de que o tiro teria sido acidental.

Mas a perícia técnica desmentiu essa hipótese. A investigação concluiu que o disparo ocorreu a uma distância de cerca de 30 cm, em linha reta para o rosto de Isabele, o que afastava completamente a possibilidade de “acidente”. A cena do crime e os relatos demonstraram contradições e omissões graves por parte da família da atiradora.

A tragédia rapidamente ganhou atenção nacional, não só pela brutalidade e juventude das envolvidas, mas também pelas circunstâncias: uma família com acesso a armas, dentro de um condomínio de alto padrão, e uma morte até hoje difícil de explicar com clareza.

Em janeiro de 2021, a Justiça de Mato Grosso determinou a internação de Bianca por três anos, a pena máxima prevista para adolescentes no Brasil. Ela cumpriu cerca de dois anos e meio da medida socioeducativa em uma unidade feminina, sendo mantida inicialmente em isolamento por decisão judicial, devido à frieza com que lidava com o ocorrido.

Após o cumprimento da medida, Bianca voltou à vida civil. Começou a cursar medicina em uma faculdade no interior de São Paulo e, de certa forma, parecia fora do radar público — até agora.

A polêmica surgiu com sua aparição em um vídeo promocional do Camarote Brahma, na Festa de Barretos, no início de setembro de 2025. Ao lado de outros convidados, ela mostrava seu visual e comentava animadamente sobre o evento, como qualquer jovem de 20 anos faria.

Mas a internet não esquece. O vídeo viralizou rapidamente, gerando uma onda de indignação nas redes sociais. A hashtag #JustiçaPorBele voltou a circular com força, trazendo à tona não só o sentimento de revolta pela morte de Isabele, mas também críticas à forma como Bianca parece levar uma vida normal, pública e até privilegiada.

A pergunta que muita gente tem feito é: ela não tem o direito de seguir em frente? Legalmente, sim. O processo foi concluído, a pena foi cumprida, e hoje ela está livre. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê justamente a ressocialização como objetivo principal da punição.

Mas do ponto de vista moral e social, a resposta é mais complexa. Para a família de Isabele, e para uma parte considerável da sociedade, ver a autora da tragédia em festas, vestida de brilho e sob holofotes, é doloroso. Parece, para muitos, que não houve arrependimento verdadeiro, ou que a justiça falhou em punir de forma proporcional.

A marca envolvida, ao perceber a repercussão negativa, rapidamente apagou o vídeo. Mas o estrago já estava feito. O caso reacende debates profundos sobre justiça, privilégios, reabilitação e o esquecimento social de crimes graves cometidos por menores.

A aparição pública de Bianca Cestari em um dos eventos mais badalados do país reacende não apenas a dor da perda de Isabele, mas também reflexões difíceis sobre como tratamos a justiça, o perdão e o privilégio no Brasil. Ela cumpriu sua pena, é verdade. Mas, para muitos, a forma como escolheu “voltar à vida” parece um deboche diante da tragédia que protagonizou.

E você, o que pensa sobre isso? É possível recomeçar depois de um crime assim — e aparecer em camarotes como se nada tivesse acontecido? Ou há feridas que exigem mais silêncio e respeito?

 

 
 
 

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